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Arquitetos: Filipe Fonseca Costa
- Ano: 2022
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Fotografias:do mal o menos
Descrição enviada pela equipe de projeto. No fundo do quintal de um típico edifício gaioleiro de finais do século XIX localizado próximo da Basílica da Estrela, descobre-se um chalé encaixado entre o quintal e as copas de um jardim vizinho. A época e o sistema construtivo são os mesmos do edifício que lhe serve de entrada, mas não a escala. O chalé poderia ter sido o anexo das traseiras, mas em vez disso tornara-se na jóia escondida no interior do quarteirão arborizado.
Composto por um corpo principal com dois pisos e orientação norte/sul, e por uma ampliação virada a nordeste que roubara parte da área do quintal do prédio, o espaço do chalé, excessivamente fragmentado, já acentuava o seu maior atributo: desde o seu interior, tudo era luz e verde, tudo era silêncio.
Os filtros que se sucediam calmamente, entre a rua e o interior do chalé, desde logo deixariam perceber que a intervenção teria de seguir esta ideia de um percurso que afunila num espaço escondido, privado e vertical. Este espaço seria composto por três zonas: uma zona social no corpo principal a sul (aproveitando a demolição de uma antiga marquise para criar um espaço exterior) e que serve de ligação a duas zonas privadas totalmente independentes, uma na ampliação a nordeste e outra no sótão.
Como que por uma estranha coincidência, a wishlist da cliente acrescentava mais um filtro a este percurso: a privacidade, que revestia contornos quase existenciais. Chegado o fim deste percurso, é bizarro ver como tudo mudou. Mas escondido no interior, tudo continua luz e verde, tudo continua silêncio.